Considerada uma das melhores soluções em estaca até hoje, a Franki é uma estaca de concreto moldada in loco que possui algumas similaridades com as estacas cravadas.
A estaca Franki utiliza-se do seguinte: areia e brita para a formação da “bucha”, camisa metálica, maquinário de grande porte, concreto seco e armadura ao longo de toda a estaca.
A execução segue os seguintes procedimentos:
- Posicionamento da camisa metálica através de maquinário;
- Despejo de areia e brita dentro da camisa metálica;
- Execução da bucha pelo apiloamento da areia e da brita;
- Após o apiloamento, a bucha de areia e brita torna-se um material muito compacto, que fica preso à camisa metálica pelo atrito lateral. Então, a escavação prossegue golpeando a bucha, que, devido ao atrito, faz com que a camisa metálica a acompanhe, penetrando igualmente no solo;
- Ao atingir a cota de assentamento, a camisa metálica é fixada no equipamento por cabos de aço, impedindo sua descida. Então, a bucha volta a ser golpeada, dessa vez, saindo da camisa para a formação da base alargada;
- Após a saída da bucha de areia e brita, é lançado e golpeado um concreto muito seco, com fator água/cimento em torno de 0,18, que se mistura com a bucha, finalizando a execução da base alargada;
- Com a execução da base finalizada, a armadura, que segue por todo o fuste da estaca, é ancorada na base;
- Finalmente, são lançadas porções de concreto seco, com fator água/cimento em torno de 0,36. O concreto é então apiloado juntamente com a retirada da camisa metálica. O procedimento se repete para cada camada até atingir a cota de arrasamento.
O processo executivo é ilustrado na Figura 1.
Figura 1 – Procedimento executivo de estaca Franki. (Fonte: Autoria desconhecida).
Desvantagens da estaca Franki
O pilão para execução da estaca Franki, que tem peso mínimo para cada diâmetro de fuste, de acordo com a NBR 6122:2010, é muito pesado. Isso faz com que a Franki sofra dos mesmos problemas relacionados à vibração que as estacas cravadas, como problemas com a vizinhança e levantamento de estacas próximas. Devido aos problemas com a vibração, a estaca Franki vem caindo em desuso, principalmente após a chegada da estaca Hélice-Contínua Monitorada. A baixa procura e oferta no mercado fez com que o custo dessa estaca se elevasse, mesmo sendo uma solução econômica anteriormente. Outro fator desfavorável para a Franki é a produtividade, que se assemelha à da estaca Strauss, com possibilidade de execução de 2 a 3 estacas por dia. Além disso, devido à necessidade de maquinário de grande porte, a Franki requer espaço em canteiro para manobra dos equipamentos.
Vantagens da estaca Franki
Assim como as estacas cravadas, o procedimento executivo da Franki permite a atuação do empuxo passivo, aumentando a capacidade de carga e diminuindo os deslocamentos – recalques – imediatos. Além disso, o apiloamento do concreto com a retirada da camisa metálica garante perfeita aderência no contato solo/estaca, além de produzir um concreto com maior durabilidade. Esses fatores fazem com que a Franki seja uma das estacas com maior capacidade de carga do mercado, podendo trabalhar com tensões que chegam à quase 7 MPa.
A elevada compacidade da bucha impede a entrada de água no fuste, garantindo estanqueidade e exequibilidade abaixo do nível freático.
Também em semelhança com as estacas cravadas, a Franki permite a medição de Nega e Repique elástico, parâmetros de suma importância no controle de qualidade das estacas. Pra saber mais sobre Nega e Repique Elástico, confira o artigo anterior, sobre estacas Pré-Moldadas!
Outros critérios de projeto, execução e controle de qualidade para estacas Franki podem ser conferidos na NBR 6122:2010, anexo H.
Pra saber mais sobre a execução de outros tipos de estacas fique ligado nas próximas publicações.
Até mais!